domingo, 23 de novembro de 2008

Evolução*

Sim, andei afastada do meu canto por uns tempos. Estive com mais um dos meus problemas de saúde “estranhos” que levou algum tempo a passar e me afastou de tudo, blog incluído. Quando voltei ao trabalho, nem sabia para onde me virar. E o resultado foi virar-me do avesso! E gosto!

Foi uma pausa obrigatória. Mas sobretudo necessária. Quando voltei à minha vidinha maravilhosa, senti-me perfeitamente identificada com esta história/passagem/facto da vida/constatação/whatever:

Filosofia da águia
A águia é uma ave que chega a viver até 70 anos. Mas para chegar a essa idade, terá que tomar uma séria e difícil decisão por volta dos 40 anos. Nessa idade, ela está com as unhas compridas e flexíveis não conseguindo mais caçar presas para se alimentar; o seu bico alongado e pontiagudo já está curvo e as suas asas estão envelhecidas e pesadas, devido à grossura das penas; e voar já se tornou uma tarefa difícil. A esta altura, a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se num ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico contra a rocha até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com qual irá depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, a águia passa a arrancar as velhas penas. E somente depois de 5 meses ela sai para o seu famoso voo de renovação. E poderá viver então, por mais uns 30 anos.

Durante a nossa vida, muitas vezes temos de resguardar-nos por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente quando nos livramos do peso do passado é que podemos aproveitar o resultado valioso que uma alto renovação sempre traz.

Dizer que estou diferente é redundante e não é novidade para os que me conhecem.

Posto isto, e no seguimento de uma imensa vontade de criar um projecto a duas, acho que está na altura de fechar este tasco e abrir um novo em parceria. Assim sendo, faça-se a nossa vontade! Irá brevemente abrir um novo poiso na blogosfera. Eu continuarei a ser eu mesma, a minha sócia também. Só que cada vez melhores! Basta juntar uma Biografia Destravada com Outros Filmes Que Tal… ou variações à volta destes temas…

Bom, fui deste para o próximo!
* Acho que nunca foi tão rápido e fácil encontrar título para um post como esta vez! Por vezes, escrevia o texto e apenas no final pensava: mas que raio de nome é que deverei dar a esta treta???

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

E a insana sou eu?

(excerto da conversa no messenger cuja autorização ainda se encontra pendente. Contudo, os nomes aqui colocados são fictícios; mas como quero lixar o tipinho... é este senhor!)

JMA diz:
gaija?
pr nao variar esqueci-me do teu anniversaire. como desculpa, acho q estava de férias e só voltei ontem
AP diz:
gaijo?
quem és tu?
de onde é que me conheces?
humpf!
JMA diz:
ai o caracinhas
olha q voltei com uma mood balcanica
nao me irrites senao limpo-te a etnica
AP diz:
nem penses nessa merd@!
eu gosto muito do meu tom de pele, ouviste?
JMA diz:
ok, ok
nao invalida um bombardeamento cirurgico
AP diz:
bem me parecia que eras um fraquito...
ficas-te logo à primeira...
(sim, é no presente e não no passado)
JMA diz:
mulher... eu vi os maleficios da guerra, nao quero mais violencia
AP diz:
estou quase a chorar contigo...
JMA diz:
é emocionante, nao é?
AP diz:
não
eu é que sou uma chorinhas
JMA diz:
aqui ninguem desmente ninguem
AP diz:
bom, conta lá
como foram essas férias?
(guião para resposta: )
(Actriz, foram más)
(choveu o tempo todo)
(aquilo é feio, as pessoas não tomam banho)
(e a comida é péssima)
é que as minhas férias já foram há n... e eu não me quero chatear
JMA diz:
nao foram boas
foram FABULÀSTICAS
choveu alguns dias
algumas pessoas, de facto, nao tomam banho, principalmente se fores adolescente na eslovênia
a comida é excelente, principalmente na bosnia, mas na croacia é italiana, logo come-se
AP diz:
pois, os problemas da falta de água começam a sentir-se por todo o lado
JMA diz:
fiquei nauseado
mas no geral, o meu periplo balcanico foi a loucura
AP diz:
ainda bem que gostaste
e ainda bem para mim, que as tuas férias já acabaram
eu não lido bem com a felicidade dos outros, sou invejosa e já o devias saber
JMA diz:
e quando te mostrar as fotos...
AP diz:
nop
acho que não as quero ver...
JMA diz:
oh, vá lá, quer dizer q nao queres ver fotos da hungria/servia/bosnia/croacia/montenegro/eslovénia?

(a esta altura eu já fervia...)

AP diz:
pá, eu acho que vou publicar esta conversa no meu blog, a sério que vou
JMA diz:
necessidade de elevar o nivel?
AP diz:
não! está muito bem assim, mesmo
autorizas?
JMA diz:
nao, a necessidade de elevar o nivel do teu blog...
AP diz:
hum...
achas que se fosse para elevar, que pensaria em ti?
é um contrasenso!!!!
JMA diz:
claro
AP diz:
hello!
como é?
ponho-te como JMA?
JMA diz:
o senhor trabalha de formas misteriosas
AP diz:
qd trabalha...
sim, que com os 38 anos da CGTP, aquilo tinha um belo programa de festas:
estamos a falar do sector público e de algumas empresas convidadas no sector privado, nomeadamente a autoeuropa
JMA diz:
mulher., falas de quê? do avante?
AP diz:
depois, não eram apenas paralisações: tinha piquetes, palavras de ordem, greves...
nop
falo duma paralisação que aconteceu ontem ou na terça, não sei mt bem
JMA diz:
dasse, q hiperligação

(como bem concluímos, há coisas que nunca mudam: este palerma há-de continuar a esquecer-se do meu aniversário...)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Just call that girl!

Vi o “Call girl” e sinto-me num estado que vou apelidar de “efeito Axe”.

Sim, agora virei Laura Dérmia, ando numa de comentar filmes. Diga-se de passagem que é muito mais giro do que comentar as desgraças dos outros, passatempo que não fascina.

Ainda que desgraça seja um substantivo ou uma forma do verbo desgraçar, estou aqui a utilizar o termo como um adjectivo qualificativo sobre o filme. Na verdade, não havia necessidade de dizer tantos palavrões em tão pouco tempo: torna-o pesado e o pessoal apercebe-se que não é algo que saia com naturalidade da boca da maior parte dos actores. E ainda bem, digo eu!

A história é uma tentativa de hollywoodizar o cinema português, mantendo as suas raízes europeias: mais sexo que violência. Até o outrora belo e charmoso Joaquim de Almeida deu um arzinho da sua graça.

O guião não tem nada que sobressaia, é mais do mesmo e nem estou numa de perder tempo a descrevê-lo.

Mas a Soraia Chaves... eh pá! A miúda tem muito que se lhe diga... comecemos:

1. Tem muito bom aspecto: corpinho lindo, carinha bonita (não parece uma sopeira sofisticada como a Cláudia Vieira)
2. Essa sim, sabe dizer as frases certas na altura certa. Tem a sensualidade à flor da pele e sai-se com umas que, vindas dela, fluem com naturalidade, fazem parte, não são forçadas ou fora de cena. Não estou a dizer com isto que ela seja boa ou má actriz, simplesmente gostei do seu charme.
3. Aqueles trapinhos que usa no filme ficam-lhe a matar. E aqui se vê a diferença entre um vestido da Zara e um vestido da Armani Collezioni. E se alguém contestar... é porque nunca experimentou um vestido da Armani Collezioni!
4. A mulher adora sexo! Só pode!

Logicamente, e juntando as fotos que andou a tirar e outro filme mais malandreco, tão cedo não se livrará do rótulo de “gaja boa”. Mas isso é um problema seu e não meu. A mim bastava levá-la comigo para casa... para tomarmos um chá... só nós as duas, já que a Angelina Jolie está em licença de maternidade e a Jessica Rabbit é um desenho animado. Dos bons!

sábado, 27 de setembro de 2008

Movies revisited

Enquanto desfolhava a Happy de Outubro e lia um artigo sobre como é bom ver filmes que nos despertam emoções, reparei que uma das caixas de texto mencionava o fabuloso Magnolia.

Tirando 4 ou 5 filmes que eu amo ver vezes sem conta, não sou grande adepta de os repetir. É que, na verdade, se há tantos que ainda não vi, porquê entreter-me novamente com um que já conheço a história?

Contudo, e como a minha memória é um falhanço em lá menor, admito que, fora as histórias de coincidências relatadas no início do filme e a duração de três horas, já nem me recordava de mais nada.
Tendo o DVD em casa, lá estive a ver, como se fosse a primeira vez. Mesmo!


É um case study de personalidades.
De actos e de consequências.
De forças e de fraquezas.
Um entrelaçar de histórias.
Não é um filme nem é a vida real. É o conjunto de escolhas que cada um fez.
Do que nos fizeram e do que isso fez de nós. Melhor dizendo, do que nos fizeram e do que nós fizemos disso.

(Nota: se não viram o filme e pretendem vê-lo, não leiam daqui para a frente, ok?)



Da jovem que se destroi diariamente e que já não quer conversa com o pai, porque ele não quis conversar com ela quando foi confrontado.

Do adulto desgraçadinho e infeliz cujos pais arrecadaram todo o dinheiro que ganhou quando ele brilhava pela sua inteligência e cultura; e do miúdo geniozinho e confuso que levará o mesmo caminho se não conseguir impor-sea tempo ao próprio pai.

Do macho man que dá cursos de como-comer-gajas-e-deitá.las-fora-a-seguir que mente sobre o seu passado familiar; aliás, o filme poderia ser inteiramente sobre ele.

Da femme fatale que se casou com um velhote por interesse, enganou-o mais vezes do que ela mesma consegue aceitar, e que se apaixonou por ele quando este já se encontra à espera da morte.

Do polícia bom e com princípios cujo primeiro casamente correu mal, mas que ainda assim acredita que poderá ser feliz ao lado de alguém.

Do apresentador de televisão conhecido e acarinhado pelo público, com uma vida particular... virtudes públicas e vícios privados.

E così via...


And there is the account of the hanging of three men, and a scuba diver, and a suicide. There are stories of coincidence and chance, of intersections and strange things told, and which is which and who only knows? And we generally say, "Well, if that was in a movie, I wouldn't believe it." Someone's so-and-so met someone else's so-and-so and so on. And it is in the humble opinion of this narrator that strange things happen all the time. And so it goes, and so it goes. And the book says, "We may be through with the past, but the past ain't through with us."





Claudia Wilson Gator: It's not / What you thought / When you first began it / You got / What you want / Now you can hardly stand it though / By now you know / It's not going to stop

Jim Kurring: It's not going to stop / It's not going to stop / 'Til you wise up

Jimmy Gator: You're sure / There's a cure / And you have finally found it

Quiz Kid Donnie Smith: You think / One drink / Will shrink you 'til you're underground / And living down / But it's not going to stop

Phil Parma: It's not going to stop

Earl Partridge: It's not going to stop / 'Til you wise up

Linda Partridge: Prepare a list for what you need / Before you sign away the deed / 'Cause it's not going to stop

Frank T.J. Mackey: It's not going to stop / It's not going to stop / 'Til you wise up / No, it's not going to stop / 'Til you wise up / No, it's not going to stop

Stanley Spector: So just... give up


"We may be through with the past, but the past ain't through with us." E é tão verdade!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Então é por isso...

Ontem fui a uma workshop de PNL. Se quiserem saber mais sobre o assunto, podem ir aqui.
Não sendo um tema novo para mim, ainda que não tenha aprendido muito, foram momentos agradáveis e gostei bastante.

Recordei que o nosso inconsciente não processa a palavra “NÃO”. Quando alguém diz “não penses num elefante cor-de-rosa!” ... bom, acho que não preciso de dizer mais.

Na prática, o objectivo passa um pouco por reformular a linguagem, a forma como falamos para nós proprios (eu tenho constatemente conversas interiores absolutamente fantásticas, o que não será de estranhar, uma vez que ambas as partes – eu e euzinha – são altamente interessantes e introduzem pontos de vista, no mínimo, brilhantes). Como é simples de ver, o clássico “não posso comer doces! Não posso comer doces!” terá um efeito não desejado (a saber: propensão para comer doces) em vez de um “tenho hábitos de vida saudáveis, que incluem uma alimentação regrada”.

Ora, o momento alto daquele final de tarde deu-se quando alguém na plateia teve o excelente comentário:

- Isso quer dizer que os 10 mandamentos estão todos mal formulados! Não matarás! Não cobiçarás a mulher do próximo! Não... blablabla!

Eh pá, isso explica muita coisa!

E por aqui se vê que tenho andado a ler a bíblia. Ainda vou no Génesis*, mas aquilo está cheio de parábolas, salmos, lirismos, histórias do fantástico que até poderiam ter sido escritas pelo Homero (só para encontrar alguém mais perto desse tempo, o Camões já é muito da modernidade... e esse é para ser chateado).
* Relembro que se trata de uma obra que, por definição, é impressa em folhas muito fininhas e com letras muito pequeninas. Para além disso, o elenco ultrapassa claramente a lista telefónica de São Brás de Alportel...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Equilibristas e equilibrados– y=ax2+bx+c*

A semana passada foi riquíssima em revisitações ao/do passado. Histórias minhas, outras nem tanto. Fabulosas vidas longínquas e tesourinhos deprimentes. O importante é que tudo ficou no seu devido lugar, numa arrumação que nem a minha rica mãezinha consegue cada vez que vem a minha casa.

Gosto de ter tudo bem arrumado e levei muito tempo até hoje poder finalmente descansar e sorrir para o futuro que terei, já que acomodei o devido espaço para que aconteça, libertando o passado e olhando para o presente como uma segunda oportunidade. É bom ter/dar a oportunidade de pagar o bilhete, quanto mais não seja para verificar que é um filme que já não passa nos cinemas.
E também foi por estes dias que me recordei vagamente de um qualquer personagem de uma qualquer série do Herman que dizia algo do tipo “camarada, amigo, palhaço... deste grande circo que é a vida”.
Nunca gostei de circo.
Contou-me o meu pai que, da primeira vez que me levou ao dito, no Coliseu do Porto, ao ver a típica cena do palhaço rico a malhar no palhaço pobre que começa em prantos berrados e fingidos, a minha aflição era tanta, que me levantei e fui à primeira fila gritar-lhe “Não chores, palhacinho!!!”, enquanto me desfiava em lágrimas soluçantes, para desalento do meu pai e dos actores, que não sabiam o que fazer. Moral da história: os palhaços fazem-me chorar.**

Números com animais deixam-me doente. A começar pelo cheiro que algumas feras deitam, que me deixam na dúvida se serão animais já quinados e mal empalhados puxados por umas cordas invisíveis ao estilo das marionetas, ou se os ecologistas para-lá-de-radicais foram todos acabar em artistas de circo, utilizando a água com demasiada parcimónia, deixando os bichões criarem verdadeiros ecossistemas autónomos de outros bichinhos, numa lógica de dúbia simbiose. Aos quinze, novamente no Coliseu do Porto e desta feita desconfortavelmente sentada na primeira fila, um antipático crocodilo vinha na minha direcção, de boquinha aberta (coitadinho do crocodilo...). Não fosse o meu poderoso grito e o domador não teria chegado a tempo de apanhar a lagartixa. Claro que, a essa altura, já eu estava agarrada ao gay sentado ao meu lado. Mas acho que o namorado não levou a mal... concluindo: feras e domadores... hum, não me cheira... melhor dizendo: não inspira confiança (eh pá, que belo trocadilho! Ando cada vez mais subtil!).

Não vou à bola com os contorcionistas pelo simples facto de ter uma valente dor de cotovelo daquela gente que, desconfio, até consegue chegar lá com a língua (pequena pausa para tentarem chegar com a língua ao cotovelo. Não conseguiram, pois não? Vou continuar, então...).

Mas, para mim, os equilibristas são os piores. É evidente a necessidade de atenção por parte desta classe. Encontram-se lá no alto, a dar uma de inatingíveis. Uma voz forte e autoritária desaconselha-nos a repetir os passos em casa, enquanto estas personagens, lá de cima, dão-se ares de “levo muitos anos disto, estou muito à frente”. Adoram o poder que sentem por verem todo um público suspenso nos seus passinhos por demais estudados, num truque que – espante-se! – não tem nada de novo desde... sei lá! Quer dizer, há uma corda mais ou menos bamba para ser atravessada. O “verdadeiro artista” trata de fazer render o peixe (antes de ser dado às focas que entram no número seguinte) andando para a frente e para trás, sem grandes variações (quer dizer, o caminho é só um... acho!), alternando entre a vara e o monociclo... provando que, afinal, o estar muito à frente, é andar para trás e para diante na cordinha, numa lógica de “não caga nem sai da moita”.

E o mais engraçado é que, se fossem simplesmente gente equilibrada... não precisariam de nada disso! Olhavam em frente, atravessavam sem grandes delongas, se caíssem... pois, é mais o ego que dói... olha, caíam... e até poderiam aproveitar melhor o tempo para treinar truques com os malabaristas e com os ilusionistas, que sempre têm o dom de encantar, roubar sorrisos e conceder momentos simples de felicidade... ou até momentos mais caros, mas pronto, isso sou eu que aprecio um pôr-de-sol à janela do emprego tanto quanto um prato que envolva trufas na sua confecção, em restaurante chique, desde que não seja o Eleven... fiquei sem perceber que raio de encanto tem aquele estaminé, mas enfim, pelo menos diverti-me como nos velhos tempos!


* OK, OK, é uma parábola, na sua definição sintética. Tenho de perder a mania de instruir o pessoal. Nem sequer fui para professora...
** Acho que é um pouco por isso que não curto McDonalds... aquele Ronald causa-me arrepios...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Roleta russa... à boa maneira portuguesa

É sabido que o crime tem vindo a aumentar: todos os dias, duas ou três dependências de bancos são assaltadas, meia dúzia de caixas MB são transportadas para outro local a fim de serem esventradas e o dinheiro sacado, umas 15 bombas de gasolina passam da situação de ladrão directamente para a de assaltado, enfim.
O número de armas terá disparado (olha que trocadilho giro! Número de armas... disparado.. boa!), assim como as pessoas que as carregam (as armas... que podem andar carregadas ou não, isso também depende do preço das balas, ouvi dizer que anda tudo pela hora da morte... eh pá, eu hoje estou imparável!!!).

Mas já me estou a perder. O que quero mesmo é escrever sobre aquele pessoal que anda a dar tiros no pé.
Já aqui mencionei anteriormente que não sou moça de ver televisão, a não ser alguns telejornais e uma ou outra série da Fox Life. Admito que não sei o nome de uma única novela que dê em horário nobre. Não apostei no audiovisual lá em casa, e as 2 TVs que tenho, para além de serem peças de museu, têm o mesmo número de polegadas que este meu laptop. Mas eu vejo muito bem desde que operei os olhinhos...

Mas ontem não perdi o programa da SIC!!! Até vesti o pijaminha antes de começar, ficava prontinha para chonar logo de enfiada e tudo...

A verdade é que não percebo como é que alguém é capaz de se expor desta forma à frente de todo o país, magoar seriamente os seus familiares, mostrar as suas piores facetas, comprometer o seu bom nome (?) e ganha-pão, arriscar-se a apanhar porradinha velha... por causa do dinheiro... que não chegou sequer a ganhar!!! Mas era “muita grana”...

Foi a primeira vez que vi o programa, já tinha ouvido falar do conteúdo da semana anterior. Não percebo...

Quer dizer, não duvido que o senhor diga que por 250k até teria relações homossexuais, já que, por menos ainda, estava a ser enrabado a sangue frio pela Teresa Guilherme, à vista de toda a gente, família na primeira fila. E continuava a sorrir... era “muita grana”...

Percebi que será alguém que tem um ego do tamanho de uma casa, que se acha o maior da sua rua, um gatinho vadio que se olha no espelho e vê um leão, o rei do seu castelo de cartas no meio das nuvens... comandado pela mulher e pela mãe... e que reflecte nos próprios filhos as suas frustrações.
A verdade é que nada disto me choca, pessoal assim há por aí aos trambolhões. O que me deixa doente é que alguém tenha o à-vontade de fazer pasta com o seu lado menos positivo.

Não me quero pronunciar sobre as questões familiares, mas se o homem tivesse dois dedos de testa (aquela imensa careca não conta!!!) nunca na sua vida deveria ter vindo à televisão admitir que é um D. Juan de trazer por casa, que gostaria de ter duas pilas, que acha que a mãe é mandona e que, pior do que tudo, ostraciza o filho. O sofrimento da criatura era patente, bolas! É claro que, se a própria família justifica os actos e os julgamentos do senhor, ainda menos motivação o homem terá para mudar!!!

Serão os valores da actual crise ou há por aí muito pessoal actualmente a passar por uma imensa crise de valores?

Todos nós temos um preço. Escusam de vir cá com o peito inchado dizer “eu não!”, porque se formos honestos, sabemos que não corresponde à verdade. Mas estragar assim a vida de uma família... quanta grana vale?
E mais do que isso, que lição aprendeu esta gente? Terá batido no fundo do poço e, finalmente, dado a volta? Ou há-de continuar tudo igual? É que conheço quem tenha sido assim a vida toda... e continuo sem perceber...

E agora, para quem quiser expiar os seus pecados e cantar as letras da Winehouse em versão karaoke, pode clicar aqui e cantar esta fabulosa música. Cá fica o refrão, tirado daqui:
I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was trouble
You know that I’m no good